Como a perda auditiva congênita atinge as vidas das crianças
19/12/2024

Imaginar um mundo sem sons para quem ouve pode ser difícil, mas, para crianças com perda auditiva congênita, é uma realidade desde o nascimento.

Essa condição, que afeta diretamente o desenvolvimento da fala e da linguagem, revela a importância da necessidade de uma detecção precoce para garantir um crescimento saudável.

É pensando nisso que neste texto vamos explorar o que é a perda auditiva congênita, sua detecção e as opções de tratamento e intervenção. Continue a leitura!

Perda auditiva condutiva: compreenda as causas, sintomas e mais!

O que é a perda auditiva congênita?

A perda auditiva congênita é uma condição presente desde o nascimento, que compromete a capacidade de ouvir.

A perda pode ser unilateral (afetando um só ouvido) ou bilateral (afetando ambos), e sua severidade varia desde graus leves, onde alguns sons são percebidos, até a surdez profunda, em que quase nenhum som é ouvido.

No estudo desses casos, há o entendimento de que duas causas são mais comuns:

  1. Oriundas de fatores genéticos, quando há um histórico familiar de perda auditiva ou condições hereditárias, como a Síndrome de Usher ou Síndrome de Waardenburg.
  2. Advindas de complicações no nascimento, como prematuridade, falta de oxigenação ou infecções durante a gravidez, a exemplo rubéola ou toxoplasmose, que também podem contribuir para a perda auditiva congênita.

Criança que pod eter perda auditiva congênita

Detecção precoce e triagem neonatal

Identificar a perda auditiva congênita de forma antecipada é crucial para o desenvolvimento da criança, especialmente quando se trata da audição, que influencia diretamente o aprendizado da fala.

No Brasil, o teste da orelhinha é realizado ainda nos primeiros dias de vida e é uma ferramenta essencial para identificar problemas auditivos. Esse exame é rápido, indolor e feito antes da alta hospitalar, ajudando a iniciar intervenções logo no início.

Mas, calma, caso o bebê não passe no teste, não significa necessariamente que ele tenha perda auditiva permanente… Alguns fatores, como a presença de líquido amniótico no ouvido, podem interferir no resultado.

No entanto, é importante repetir o teste e, se necessário, realizar exames mais detalhados, como o potencial evocado auditivo.

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Intervenções e tratamentos disponíveis

Quando a perda auditiva congênita é diagnosticada, a intervenção imediata pode fazer toda a diferença no desenvolvimento da criança. As opções de tratamento variam conforme o grau da perda auditiva, e as principais incluem:

Aparelhos auditivos

Esses são indicados para perdas leves a moderadas, pois amplificam os sons e ajudam a criança a perceber melhor o ambiente ao redor.

Implantes cocleares

Destinados para casos de surdez profunda, essa opção permite estimular diretamente o nervo auditivo, restaurando parcialmente a audição.

Terapia da fala

Fundamental para o desenvolvimento da comunicação, a terapia fonoaudiológica ajuda a criança a aprender a falar, mesmo quando há dificuldades para ouvir.

Essas intervenções, quando realizadas cedo, podem garantir uma vida muito mais independente e integrada para a criança, melhorando sua qualidade de vida e suas interações sociais e acadêmicas.

Aparelho auditivo que ajuda na perda auditiva congênita

Um impacto que merece cuidado

A perda auditiva congênita é uma condição que exige atenção e ação rápida, principalmente através de uma detecção precoce, que acontece na triagem neonatal e deve ser aliada a tratamentos adequados, como aparelhos auditivos ou implantes cocleares.

Se você é pai ou mãe, certifique-se de realizar os exames auditivos logo nos primeiros dias de vida do bebê e, se necessário, seguir as orientações médicas para garantir um futuro cheio de sons e descobertas!

Quer saber mais sobre esses assuntos? Continue acompanhando os meus artigos publicados por aqui e me siga no Instagram (@kallilfernandes_otorrino)!

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Kallil Fernandes

Médico otorrinolaringologista formado pela UFRN em 2015, com residência no Hospital Universitário Onofre Lopes entre 2016 e 2019.

Sou membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial e atendo em Natal, Rio Grande do Norte.

A minha missão é cuidar da saúde dos seus sentidos: audição, olfato e paladar.